Entrevistas com as mulheres que fazem o SENAR Rio acontecer!
CARLA VALLE, SUPERITENDENTE
Carla Valle completa 30 anos de SENAR Rio este ano. Desde 2020 ocupando o cargo de superidente da entidade, ela nos conta um pouco sobre a importância da mulher em um cargo de liderança.
Como você vê o seu papel de superintendente mulher no SENAR Rio e qual impacto você acredita que isso tem na representatividade das mulheres no setor agrícola?
O cargo de Superintendente do SENAR é estratégico. Você dorme e acorda pensando em como atender melhor, com a mesma quantidade de recursos, às demandas de um setor de uma diversidade incrível. Ou seja, não é um trabalho fácil. Espero que seja inspirador.
Fico muito feliz que, ao ocupar um cargo de liderança em uma instituição com foco em educação, melhoria da qualidade de vida e aumento de renda das pessoas do campo, eu possa inspirar mais mulheres a ocuparem seus espaços à frente de suas propriedades rurais, sindicatos, cooperativas e onde mais elas quiserem.
Quais desafios você enfrentou ao longo de sua carreira no SENAR Rio e como superou esses obstáculos como mulher para chegar à superintendência?
Eu vejo minha trajetória profissional pautada em muito aprendizado e trabalho em equipe. Comecei a trabalhar muito jovem e, consequentemente, inexperiente, mas tive a determinação necessária para sempre dar o meu melhor, aprendendo a cada dia com todos que me cercavam. Com o passar do tempo, fui percebendo o valor da minha contribuição na melhoria da vida das pessoas. Enfim, propósito. Confesso que é uma virada de chave. Quando você percebe que faz a diferença, ganha confiança para pensar além. Esse foi meu maior desafio.
3. Como você incentiva e apoia outras mulheres a seguir carreiras no setor agrícola e a buscar posições de liderança, especialmente em um ambiente tradicionalmente dominado por homens?
Ainda vivemos em um mundo dominado pelos homens, e as mulheres que atuam no setor rural enfrentam muito preconceito. Combatemos isso diariamente com a maior arma que temos: a educação. É a maior e melhor ferramenta para mudarmos essa maneira ultrapassada de pensar.
Vamos continuar insistindo e lutando com muita competência e mostrando nossa capacidade e determinação em ocupar nossos espaços.
Para as mulheres que estão começando a carreira no agronegócio, o que você pode compartilhar de ensinamento para que elas prossigam?
Não desistam! Com dedicação, estudo e seriedade, você pode alcançar o que quiser. Vista-se como quiser, pois, nada disso importará se você tiver confiança em si mesma e no que acredita. Lembre-se sempre do seu valor e siga em frente com determinação e coragem.
PRODUTORA RURAL
Ana Regina, Ana Regina do saboroso Café Iranita na cidade de Porciúncula/RJ, distrito Purilândia.
Como você vê o papel da mulher na agricultura hoje em dia e quais desafios você enfrentou como produtora rural?
As mulheres têm conquistado cada vez mais o seu reconhecimento na produção rural. Elas estão buscando constantemente aperfeiçoamento e qualificação, retornando para as propriedades buscando agregar maior conhecimento, modernidade e rentabilidade às propriedades. Tudo isso contribui para a melhoria das condições de vida no campo. Elas trazem essa mudança para áreas rurais.
Há 17 anos esse movimento das mulheres produtoras era bem menor, então tive que participar sozinha em várias reuniões. Isso dificultava ser ouvida por ser mulher, mas nunca desisti e acabaram me ouvindo (rs).
Quais são as conquistas mais significativas que você alcançou como mulher no setor agrícola e como você acha que essas conquistas podem inspirar outras mulheres?
Eu tinha o sonho de continuar o trabalho do meu pai com o café, e acho que consegui. Consegui conquistar o meu espaço e ser reconhecida pelo meu trabalho. E como consequência, alcançamos a qualidade que tanto buscávamos no nosso café, tudo isso junto com meu esposo, que sempre me apoiou, porque não trabalho sozinha e nem quero. Nós trabalhamos juntos, um escutando o outro para, assim, tomar as melhores decisões.
Qual conselho você daria para outras mulheres que estão interessadas em ingressar ou se destacar na agricultura?
Trabalhe com o que você gosta, procure se informar ao máximo sobre como deve ser a produção porque conhecimento é o primeiro passo, e faça o seu melhor. Isso está no caminho para a qualidade, assim o sucesso fica mais fácil de ser alcançado.
Mobilizadora
Conversamos com Patrícia Paola, mobilizadora do SENAR Rio em Itaboraí e quem está conosco há três décadas.
Patrícia viveu momentos marcantes desde que iniciou seu trabalho na entidade, mas uma delas é memorável. O dia em que um senhor com mais de 75 anos compartilhou que ela havia realizado seu maior sonho: aprender a escrever seu próprio nome antes de partir desta vida.
Qual é um caso marcante que deixou sua marca como mobilizadora?
Entre muitos, esse marcou minha história. Durante um programa especial de alfabetização para adultos, um senhor com mais de 75 anos me confidenciou que eu tinha realizado o sonho dele, que era aprender a escrever o nome antes de morrer. Foram exatamente essas as palavras dele! Ele nunca tinha escrito uma palavra até então. Nem conseguia segurar o lápis direito. Dizia que os dedos estavam duros de tanto trabalhar com enxada a vida toda. Além de escrever o nome, também saiu lendo o do programa.
Quais aspectos têm sido mais gratificantes para você no papel de mobilizadora de campo?
Primeiramente, em poder lidar com o que se vive, respira, cheira, alegra, agrada, agradece, presenteia, corresponde e… Natureza, animais e a simplicidade das pessoas. Também sou grata por ter a oportunidade de incentivar a produção de alimentos e levar o saber para os mais necessitados.
Em uma palavra, como você descreveria sua experiência como mobilizadora no SENAR Rio?
Realização.
Presidente de Sindicato, dona Zeni.
Qual situação mais marcante que deixou sua marca como Presidente do Sindicato Rural?
Embora fosse associada do Sindicato Rural, nunca me interessei em assumir a função de presidente ou qualquer outro cargo dentro da organização. Fui convidada pelo Técnico da EMATER na época, Dr. Everardo, para reabrir o Sindicato, que estava fechado há 6 anos. Surgiu uma dúvida sobre essa reabertura e consultamos a Dra. Alessandra Seródio. Quando retornei com as orientações, descobri que já havia sido escolhida para ser a Presidente, posição que ocupo há 22 anos.
Quais aspectos têm sido mais gratificantes para você no papel de Presidente do Sindicato Rural?
Na minha perspectiva, é proporcionar conhecimento, orientação e cursos que auxiliem os produtores a melhorar o funcionamento de suas propriedades.
Em uma palavra, como você descreveria sua experiência como Presidente do Sindicato Rural?
Persistência.
Letícia Siervo Campos, instrutora
Como instrutora do SENAR, tenho o privilégio de impactar vidas no campo, transformando realidades e promovendo mudanças significativas. Recentemente, tive a emocionante oportunidade de revisitar a propriedade onde ministrei meu primeiro treinamento sobre qualidade do leite. Foi incrível testemunhar as melhorias que eles alcançaram seguindo minhas orientações.
Cada experiência como instrutora me ensina algo novo, enriquecendo não só minha carreira, mas também minha jornada pessoal. O conhecimento que compartilho em cada treinamento é único e valioso, contribuindo para o desenvolvimento tanto dos produtores quanto de mim mesma. Juntos, estamos cultivando um futuro mais próspero para o campo!
Bruna Durço, técnica da ATeG
Juliana Virginio, Instrutora
“Sou uma mulher apaixonada pelo campo e comprometida com o desenvolvimento da cadeia avícola. Atuo como instrutora do SENAR Rio, onde tenho a honra de participar das ações voltadas para este setor tão vital para nossa economia.
Com formação em medicina veterinária e mestrado em desenvolvimento territorial e políticas públicas, é uma realização poder contribuir para a capacitação dos produtores rurais. Ver a evolução e o crescimento das propriedades rurais por meio do planejamento empresarial é algo que me motiva diariamente.
Destaco, com imensa gratidão, o crescente papel das mulheres no campo. É inspirador testemunhar tantas mulheres assumindo posições de liderança, não apenas nas propriedades, mas também nas comunidades rurais.
Como mulher e jovem líder do agronegócio no estado, reconhecida no Programa CNA Jovem 5ª Edição, busco constantemente o meu próprio desenvolvimento. Quero ser um exemplo e um estímulo para que a juventude fluminense se envolva no agronegócio, dando continuidade às tradições familiares e aos negócios rurais. Vou seguir em frente, aprendendo, crescendo e inspirando outros a se juntarem a mim nesta jornada!”