Aconteceu na última semana, em Barra Mansa, o I PNAE em Campo, criado por Talita Késia de Almeida e Silva, finalista do Programa CNA Jovem representando o Estado do Rio de Janeiro.
O projeto se trata de um conjunto de ações, principalmente educativas, que estimulam uma comunicação entre os executores do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e as entidades representativas dos produtores familiares (Cooperativas e associações).
Talita destaca o desafio e as consequências da falta de alinhamento entre as partes:
“O presente desafio é oriundo de um problema diagnosticado previamente, o qual destaca a falta de comunicação e interação entre os atores do PNAE. Sem essa comunicação é impossível alinhar a demanda com a produção e isso provoca consequências como a falta de gestão na propriedade rural, perdas e desperdícios de alimentos, prejuízos para o produtor, entrada de atravessadores, desvalorização do programa por parte do produtor, desabastecimento de alimentos na merenda escolar, entre outros”.
O evento aconteceu na Associação de Produtores Familiares de Santa Rita e Região (APFAM) e contou com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio de Janeiro (SENAR Rio), Sindicato Rural do Barra Mansa, Emater Rio, Secretaria de Desenvolvimento Rural de Barra Mansa e a UFRRJ, além de um público de 36 participantes, entre diretores de escolas estaduais, secretários de educação, nutricionistas de Prefeituras, conselheiros municipais de segurança alimentar e nutricional, técnicos da Emater e de secretarias de desenvolvimento rural e produtores rurais, representando os munícipios de Pinheiral, Valença, Piraí, Volta Redonda, Nova Iguaçu, Niterói e Barra Mansa.
A programação do evento contou com diversas palestras. A principal foi a intitulada O PNAE no Rio de Janeiro, ministrada por Cristianne Pereira Mendonça, da Emater Rio, a qual apresenta uma longa experiência na execução do programa. Também foram apresentadas falas sobre a APFAM, sobre o trabalho do SENAR e sobre o CNA Jovem, destacando a importância do programa no setor do desenvolvimento rural. Também foram apresentados os alimentos produzidos pelos produtores familiares da região, como as hortaliças, frutas, café, fubá, farinha de mandioca, vegetais minimamente processados, leite e derivados. Grande parte dos executores não sabiam da produção desses alimentos pelo agricultor familiar local, e por isso, não constavam nos editais de chamada publica da região. Para reforçar as informações, foram distribuídas cartilhas sobre esses alimentos produzidos na região.
“Acredito que os próximos editais das instituições da região serão repletos de novos produtos para compra da agricultura familiar para a merenda escolar”, destacou Talita.
No intervalo do evento, foi oferecido um café da manhã aos participantes, denominado Sabor do Campo, com o intuito de apresentar também os alimentos da região em diferentes receitas. Logo após o café, os participantes foram conduzidos a propriedades JN hortaliças, para demonstração do processo produtivo. Foram destacados pontos importantes da cadeia produtiva de hortaliças e frutas, como também, as dificuldades do produtor rural no campo e a importância do planejamento para evitar perdas, desperdícios e a entrada de atravessadores no fornecimento dos alimentos na merenda escolar.
Talita ainda evidenciou a importância do evento e do alinhamento entre os envolvidos:
“De uma forma geral, o feedback do evento foi ótimo. As discussões provocadas trouxeram clareza e novas soluções para os executores no momento de planejamento e execução do programa, novos produtos foram apresentados e o principal, os atores começaram a interagir. Acredito na melhoria da comercialização institucional dos alimentos da agricultura familiar a partir de iniciativas como o I PNAE em CAMPO, promovendo desenvolvimento na atividade do produtor familiar e no Agro, de uma forma geral”.